Enquanto as crianças dormem...

Todo mundo fala que é pra você dormir enquanto seu bebê dorme durante o dia porque as madrugadas podem ser longas. Verdade, as madrugadas realmente são longas com um bebê rescém-nascido, assim como os dias também podem ser longos.

Na minha experiência pessoal, os dias eram longuíssimos. Eu não apenas sofri de privação de sono porque meu bebê acordava na madrugada, como sofri de insônia durante 4 anos. Insônia mesmo, dessas em que você está exausta, sente muito sono e simplesmente não adormece. O corpo não relaxa, a mente não desliga e você não consegue se entregar. Eu precisei de tratamento médico durante as duas gestações e os dois puerpérios por conta de uma insôna causada pela combinação de um desequilíbrio hormonal com a minha mente super alerta.

Eu lembro como se fosse ontem a sensação do coração pular na boca quando eu estava exausta, dormindo uma média de 2 a 3 horas por noite, e o choro do bebê me colocar de pé em 3 segundos. Mesmo muito cansada eu voltava pra cama depois de atender meu filho e não entendia como eu não conseguia cair no sono de novo. Depois de algumas semanas com essa insônia terrível eu tive dois episódios de alucinação: acordei de pé ao lado da minha cama segurando um travesseiro como se fosse um bebê.

Quando meu bebê dormia de dia, eu corria pra cama e fechava os olhos só para sentir o coração acelerar e uma agitação tomar conta de mim. Era um medo do bebê precisar de mim que eu vivia em estado de alerta e tentar dormir só piorava minha frustração.

Foi assim que eu aprendi que há diversas formas de se recarregar. O que mais funcionou pra mim durante esse período da privação de sono para recuperar minha energia era desligar-me totalmente do celular, escolher bons livros, retomar uma certa rotina de atividade física, me alimentar de forma mais consciente e olhar para o sol. Costumava colocar meu bebê no carrinho e ir andar ao ar livre meio sem rumo, sem hora, só pra respirar um ar fresco. Aproveitava para ligar para uma amiga (ligar mesmo, ouvir a voz de alguém em tempo real, e não mandar mensagem ou áudio) enquanto parava para tomar um café.

Hoje já tem quase 1 ano que eu voltei a dormir uma média de 5 a 6 horas por noite, o que ainda não é o ideal mas é infinitamente melhor do que antes, o que me leva a querer acreditar que como (quase) tudo na maternidade, a privação de sono é uma fase (dificílima) que vai passar.

Se você é uma dessas mulheres que, assim como eu, tem a mente muito ativa ou por alguma razão também sofre de insônia e só fica mais ansiosa nas suas tentativas frustradas de tirar uma soneca, tirar o peso de ter que dormir pode te ajudar recarregar as energias de outra forma. Procurar uma forma de descanso da mente e do corpo que não seja tentar acompanhar todas as sonecas do seu bebê, ainda que pareça contra-intuitivo, pode funcionar pra você assim como funcionou pra mim.

Espero que funcione por aí!

Se você quiser trocar sobre esse tema, deixa um comentário nesse post ou me escreva para contato@passalinho.com.br. 

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