Um colo sempre pronto
Texto: Thais Gimenes
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Dizem que a gente só entende a nossa mãe, quando entramos pra turma dela.
Mas e quando isso acontece e ela não está mais aqui pra ouvir o nosso “ah, agora eu entendi tudo”?
Durante a gravidez, vez ou outra me pegava rezando e pedindo pra ela estar, de alguma forma, comigo na hora do parto.
Foi tudo tão intenso e tão lindo, que tenho certeza de que ela estava lá, acompanhando cada segundo.
Confesso que nesse dia não pensei nela. Era tudo muito. Muita ocitocina, muita dor, muita alegria e muito amor nascendo por aquele serzinho que acabava de chegar ao mundo. Não dava pra raciocinar direito.
Mas em pouco tempo, isso mudou: pensar nela era parte da rotina.
Afinal, qual a melhor forma de aprender a ser mãe, que não seja com a nossa bem pertinho?
Quando as coisas ficam desafiadoras, não tem outro lugar que a gente queira ir que não seja colo de mãe.
E eu queria o dela aqui…pra mim e pra ele. Pra eu recuperar as forças depois de uma madrugada difícil, pra eu me acalmar nos dias de choro intenso em que eu me sinto inútil, pra ganhar um carinho e ouvir que tudo vai dar certo.
Queria saber como seria a nossa vida com a presença dela. Seria a avó mais dengosa do mundo? Sem dúvida! E a que mais me irritaria desrespeitando minhas regras? Com certeza!
Mas eu daria tudo pra estar aqui, agora, bem irritada com ela pela chupeta que ela trouxe escondida pra fazer o menino parar de chorar. Provavelmente, a mandaria embora pra casa, p* da vida. Mas com certeza de que ela estaria a um telefonema de distância.
Já que a realidade não é essa, me preparo para ser um colo tão bom quanto o dela para o meu pequeno. Pra que nas dificuldades dele, eu também seja sinônimo de porto seguro, afago e paz.
Que a nossa sorte seja diferente e que meu colo esteja presente pelo maior tempo possível, sempre pronto e quentinho pra todos os momentos em que for solicitado!