Uma mãe dedicada em um sábado de manhã

Não é sempre que acordo super inspirada para preparar um café da manhã magnífico para meus filhos, mas um certo sábado em dezembro eu achei que seria uma ótima ideia ir para a cozinha e me aventurar em uma crepioca deliciosa para as crianças. Lá fui eu, então: misturei um ovo, um pouco de farinha de tapioca, uma porção de queijo ralado e uma boa pitada de carinho em um recipiente. Liguei o fogão, despejei tudo na frigideira em fogo baixo e fiquei super atenta para, com muito cuidado, virar minha crepioca de lado na hora certa para que ficasse dourada por fora e ainda macia por dentro. Tapioca perfeitamente virada bem na hora certa, enquanto terminava de assar eu aproveitei para cortar algumas frutas e colocar à mesa. Até separei aqueles acessórios que cortam a comida em formatos fofos para eles se empolgarem com a minha crepioca em formato de coração, nuvem ou caminhão, sabem?

"Meninos, o café está pronto, podem vir".

Assim que os dois chegaram à mesa, desliguei o fogão para tirar a crepioca da frigideira. Estiquei a mão esquerda para o fogão e engoli o maior grito da minha vida: queimei dois dedos na cabo da panela, que foi instintivamente arremessada no balcão da pia enquanto eu ligava a torneira na água mais gelada para aliviar a dor da queimadura. Em poucos segundos eu vi as bolhas subirem e ficou impossível tirar a mão da água tamanha a dor que eu sentia, e a água mais fria da torneira já não era fria o suficiente para me aliviar.

De algum lugar próximo tirei um pote, enchi de água gelada do filtro e mergulhei os dedos. Não me lembro exatamente como consegui, com os dedos queimados dentro da água, dar um jeito de colocar a crepioca em um prato e levar até a mesa da copa para oferecer às crianças. Enquanto eles se serviam, eu engolia um choro de dor e de raiva pelo machucado que fiz naquele sábado em que eu pretendia ser a mãe exemplar, dedicada, ao estilo influenciadora que vemos por aí.

Passada uma hora do acidente no fogão, a dor nos dedos ainda estava beirando o insuportável e tive que ir para um hospital próximo pedir ajuda para tratar a lesão e suportar a dor. Como era um sábado de manhã já durante as férias de dezembro, fui prontamente atendida por uma equipe competente que tratou o machucado de uma mãe chateada com bastante eficiência. E assim começamos as férias de verão com as crianças.

Ah, e a crepioca? Um provou e não gostou, o outro nem provou. Mesmo assim, não desanimarei: já estou fazendo pesquisas para uma próxima receita infalível! Volte em breve para esse blog e descubra qual foi minha próxima aventura na cozinha!

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